Arthur e Alice moram num pequeno apartamento que fica na Av. Tiradentes, próximo ao Banco do Brasil, centro da cidade. Decidiram morar juntos desde o tempo da faculdade, quando se conheceram. Foi paixão a primeira vista. Arthur era um rapaz tímido, desastrado, educado, inteligente, que conversava sobre cinema e assuntos de entretenimento. Alice era apaixonante por seu jeito calmo e o modo como conversava. Gostava de arte, Chico Buarque e tomar coca-cola enquanto lia. Todos diziam, incluindo os professores, que a história deles já estava escrita, só faltavam se conhecerem. Durantes as aulas trocavam bilhetinhos apaixonados, olhares, beijos, sorrisos e ideias que contribuíssem no trabalho. Pareciam duas crianças felizes tomando soverte enquanto assistiam desenho. Nunca se cansavam. Muito diferente do momento que se encontram agora.
Como o tempo de faculdade chega ao fim e cada um deve seguir seu destino após esse tempo, Arthur e Alice se imaginaram distante um do outro e sentiram saudade ao se despedirem. Arthur convenceu Alice de não voltar para casa de seus pais e lhe fez o convite para irem morar juntos em um apartamento. Alice aceitou, pois sentiria falta de alguém ao lado durante o dia. Só não imaginou que o dia a dia virasse uma rotina enjoada após um ano e três meses de convivência. Em tão pouco tempo juntos, o amor que sentiam chegou ao ponto em que a rotina cria o tédio, o tédio cria o cansaço, e o cansaço carrega inúmeras possibilidades de acabar com um relacionamento.
Alice, debruçada na janela, observava o engarrafamento na Av. Tiradentes. Suspirava e tentava pensar em algo legal para fazer naquele fim de tarde. Arthur, deitado na cama, tentava se concentrar na leitura de seu livro. O que não estava acontecendo... logo desistiu. Ficou observando Alice.
- Alice, não vem deitar?
- Acabei de sair daí, vim respirar um pouco.
- [...]
- Acho que deveríamos dar um tempo – disse Alice, aflita e com um raciocínio que exigia um esforço para pensar nas coisas que dizia. O que fez com que Arthur ficasse calado por sete segundos. Também estava com o raciocínio fraco.
- Por quê? Tu não me amas mais?
- Deixa de ser idiota, não é isso.
- O que é então? Sexo? Eu não consigo mais ti comer como antes?
- Porra Arthur, que indelicadeza, vai-te-fuder. Só pensei que poderia ficar um tempo sozinha.
- Alice, não vem deitar?
- Acabei de sair daí, vim respirar um pouco.
- [...]
- Acho que deveríamos dar um tempo – disse Alice, aflita e com um raciocínio que exigia um esforço para pensar nas coisas que dizia. O que fez com que Arthur ficasse calado por sete segundos. Também estava com o raciocínio fraco.
- Por quê? Tu não me amas mais?
- Deixa de ser idiota, não é isso.
- O que é então? Sexo? Eu não consigo mais ti comer como antes?
- Porra Arthur, que indelicadeza, vai-te-fuder. Só pensei que poderia ficar um tempo sozinha.
Alice foi para o banheiro e se trancou. Ficou com um choro seco preso na garganta, imaginando que as coisas tinham chegado ao fim. Arthur, nervoso com o que disse, se levantou meio atrapalhado e caiu, dando de testa no chão. Caiu tão violentamente que Alice ouviu o barulho e se assustou.
- Amor, eu me bati. Tá doendo. Me desculpa.
- Amor, eu me bati. Tá doendo. Me desculpa.
Alice, ao ouvir as tais palavras, não sabia se ria ou se chorava, sentia raiva de tudo, mas sabia que logo passava. Percebeu que as coisas às vezes precisam ser entediantes/enjoadas/tristes/cansativas para depois ficarem animadas. E que se fosse embora, quem iria lhe fazer rir e quem iria cuidar do desastrado do Arthur? Como já disseram, a história deles já estava escrita.
*Tá bom, eu sei que é meio brega o que escrevi, mas imaginei como um relacionamento pode passar por um momento entediante numa forma divertida. Afinal, se um casal se gosta tanto, devem perceber as pequenas idiotices que podem fazê-los se separarem.
*Tá bom, eu sei que é meio brega o que escrevi, mas imaginei como um relacionamento pode passar por um momento entediante numa forma divertida. Afinal, se um casal se gosta tanto, devem perceber as pequenas idiotices que podem fazê-los se separarem.
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